Place
Branding
Bairro da
Gente
+ Engajamento comunitário para um bairro vivo e plural
+ Engajamento comunitário para um bairro vivo e plural
A Places for Us foi contratada para fazer o Place branding do Bairro da Gente e, o engajamento comunitário da população do entorno. O Bairro da Gente é uma empresa de impact placemaking que tem como vocação criar espaços públicos de qualidade, memoráveis, lugares pensados para propiciar a troca e o relacionamento entre seus habitantes.
Localizar a identidade e construir o posicionamento de um bairro ainda não existente num terreno onde estava localizado o antigo Aeroporto da cidade de Limeira, no interior de São Paulo. O principal desafio era identificar a vocação de um bairro ainda sem habitantes. Para isso foi preciso entender todo o entorno da área localizada em uma região de vulnerabilidade social, engajar os moradores e a partir dessa comunidade já consolidada e existente, fazer um espelhamento das diferentes identidades para entender como isso se comportaria dentro de um bairro pensado para ser uma nova centralidade. Um bairro aberto de uso misto e renda mista que deve ter total integração com os moradores do entorno.
Um lugar é vivo na medida que é usado e apropriado por seus moradores. O uso misto confere ao lugar seu uso ininterrupto, ora com a vibração do comércio e serviço ora com seu uso residencial. De nada adiantaria a segregação de usos e rendas, e muito menos a unidade de tipologias. Além da mistura de usos, a mistura de rendas também é essencial na formação desse tecido urbano vivo. A renda mista gera oportunidades, cria redes de apoio e relacionamento e contribui para a perpetuação dos lugares na medida que age contrariamente a ideia de gueto, tanto de pobreza quanto de riqueza. Essa diversidade também contribui estética e visualmente para um bairro vibrante, deixando de lado o caráter repetitivo e impessoal dos conjuntos habitacionais para baixa renda e dos condomínios-clube da classe média.
Diversidade
A felicidade traduzida no convívio com diferentes pessoas de diferentes culturas e rendas. Renda como último layer na “organização” da cidade.
Conexão e acesso
Ruas e acessos invertendo a prioridade: pedestres, ciclistas e carros. Mobilidade como drive de saúde e felicidade.
Vibração (alma)
Novas centralidades com uso misto. Comércio local e empoderamento do pequeno comerciante. Espaços públicos pensados para a convivência.
Transformação
Criação de um novo centro de gravidade, principalmente devido ao hospital.
Requalificação da região sul da cidade.
O processo de projeto do Bairro da Gente parte da premissa da colaboração comunitária. Essa abordagem é essencial por 2 motivos principais: Entender e discutir as necessidades e anseios da população “A comunidade é o expert”, como diria Fred Kent do PPS. Ninguém sabe mais sobre a comunidade do que a própria comunidade, portanto, nada mais óbvio do que ouví-la primeiro, como ponto de partida, para o começo de qualquer estudo. Contribuir para o senso de pertencimento A participação “bottom-up” ajuda no processo de envolvimento da comunidade no novo projeto. Esse tipo de processo colaborativo envolve pessoas, promove e reforça lideranças e, mais do que isso, dá voz a todos que quiserem participar, independente de formação, cultura, expertise, idade ou gênero. A experiência mostra que quanto mais participantes presentes nas etapas iniciais, maior o sucesso das propostas e maior o “senso de pertencimento” da comunidade
Para entender esses anseios e sonhos foi criada a plataforma VOZES DA GENTE. O Vozes é uma plataforma colaborativa e conta com ramificações online e offline. No ambiente digital foi criada uma plataforma específica para a colaboração, com a seguinte frase a ser preenchida:
A ideia era propor um exercício onde as pessoas pudessem sonhar com um lugar ideal, sem precisar se preocupar com as limitações do que seria ou não possível. Como apoio a plataforma, foi criada uma página no Facebook onde são compartilhadas os sonhos dos moradores e o andamento dos estudos. Como a região conta com áreas de fragilidade social, o projeto de engajamento também contou com dinâmicas offline e cartazes, fixados em lugares estratégicos previamente eleitos. Nos cartazes a mesma pergunta da plataforma digital estava presente em uma mesma linguagem visual. Esses cartazes contavam com dezenas de corações (ícone da ação), que eram preenchidos a lápis ou caneta e, uma vez completos, eram recolhidos e substituídos por cartazes novos. Dentro dos corações o morador preenchia a frase:
Após a observação das características culturais do lugar pudemos criar, de forma colaborativa, características de identidade capazes de fortalecer e comunicar ideias comuns (e não únicas), reforçando o mosaico de subculturas que Christopher Alexander chamou de “bairros identificáveis”. Outra vantagem dessa abordagem é a possibilidade de engajar poder público, negociantes locais, empresários regionais e comunidade em torno de uma visão comum, capaz de promover a integração de diferentes pessoas e culturas. Já vimos aqui como a convivência dentro das culturas e entre as culturas é importante para um convívio mais harmônico.
Nesse primeiro modelo levantamos as possíveis atividades desenvolvidas no lugar. Ele serviu como primeira base para identificarmos possíveis pontos de divergência e paridade na relação de convivência entre diferentes culturas. O modelo também seria um primeiro guia para identificar as posições das atividades no desenho urbano, entendendo as atividades com capacidade de união e as atividades “radioativas”, ou seja, com potencial de expulsão ou conflito. Após as dinâmicas colaborativas com a comunidade, o modelo foi atualizado, e serviu de input para o projeto do Masterplan, sendo um guia para o posicionamento da áreas promotoras de determinada cultura / identidade.