“Experiência do século XIX
com comodidade do
século XXI”

A Places for Us desenvolveu um Advocacy para Caxambu, a fim de alinhar a visão de política pública ao pensamento de cidade vibrante e para pessoas. O diagnóstico teve como objetivo detectar a verdadeira vocação da cidade. Uma cidade que nos anos 30 era reconhecida pelo glamour e pelas poderosas fontes de águas termais, nos tempos atuais já não desfruta dessa reputação. Era desejo, do então candidato a prefeito, entender se essa vocação ainda era atual e quais eram as diretrizes necessárias para aproveitar a infraestrutura existente retomando a sua identidade original.

Qualidade de vida Viver em uma cidade com ares de interior ainda é um elemento valorizado pela população, como fica claro quando 37% da população entrevistada valoriza a qualidade de vida em Caxambu.

Turismo A população entrevistada entende a importância do turismo para a economia da cidade. De maneira geral, o caxambuense gosta de receber e de ser hospitaleiro. Os moradores entendem que a cidade tem toda a infraestrutura necessária para alavancar o turismo, falta apenas uma visão de cidade voltada para o turismo, que pode se beneficiar com um movimento além do turismo sazonal.

Parque das Águas Os moradores têm orgulho de ter, segundo eles, o maior complexo hidromineral do planeta em seu território, mas não concordam com a forma com que ele vem sendo cuidado. Acham que a exclusividade do parque e os benefícios curativos das fontes deveriam ser melhor trabalhados e divulgados. Já os turistas, não entendem o porquê do Parque das Águas estar tão mal cuidado, já que ele é o principal atrativo turístico da cidade.

Oportunidades Os moradores sofrem com a falta de oportunidades. É consenso que se o turismo for melhor trabalhado este cenário tem grande chance de se reverter. A indústria foi citada apenas por duas pessoas como uma alternativa para gerar empregos, algo que anteriormente, ao que consta, já teve muito mais peso entre as formas de geração de oportunidades.

Lazer e cultura Certamente há uma demanda por opções de lazer e cultura que dialoguem com os valores e o estilo de vida do caxambuense. Os moradores, principalmente os jovens, desejam uma cidade que ofereça opções de lazer e cultura mais dinâmicas e acessíveis. Faltam eventos gratuitos e frequentes que atraiam a população aos espaços públicos e contribuam para uma Caxambu mais atual no que se refere ao lazer e cultura.

Hospitalidade Os turistas entendem que Caxambu é hospitaleira. Gostam do clima aconchegante da cidade, porém a grande maioria dos entrevistados estava hospedada na cidade vizinha.A cidade já tem uma infraestrutura de lazer que é o item que mais gera satisfação para 19% da população, contudo, faltam eventos gratuitos e frequentes que atraiam a população aos espaços públicos e contribuam para uma Limeira mais modernizada no âmbito das práticas de lazer e cultura.

Principais conflitos encontrados

Turistas X moradores
jovens X idosos

uristas x moradores As características turísticas não são capazes de alavancar a cidade atualmente, precisando de um reposicionamento. Percepção dos moradores de “uma cidade para turista”. Falta de percepção do turista como agente de transformação. População sem conexão com o balneário por ser “para turistas”. Memória de tempos de glória do turismo. As cidades turísticas brasileiras sofrem com o sentimento de ruptura entre “nós” os moradores e “eles” os turistas. Esse sentimento pode contribuir para uma experiência negativa do turista e essa experiência negativa pode refletir na percepção de cidade. É necessária a compreensão do papel estratégico que cada um representa no futuro da cidade.

Jovens x idosos Pode se ter a impressão que Caxambu é uma cidade de idosos, mas os dados estatísticos mostram o contrário. É preciso criar a convivência harmônica entre os diferentes ciclos de vida. É preciso engajar a comunidade na compreensão de que o aumento de turistas gera oportunidades para os jovens, divisas para o município, sem acabar com o sossego dos mais velhos. Um ponto de conflito é a utilização do mesmo espaço público pelos dois diferentes grupos de usuários, uma vez que o uso de um é completamente diferente do uso do outro.

Análise dos espaços públicos Nesta etapa analisamos os espaços públicos da cidade, suas características, vocações e potencialidades. Essa análise é essencial para as diretrizes de ativação dos espaços públicos e para as diretrizes de placemaking. Espaço públicos presentes, mas com pouca qualificação. Principal equipamento âncora não percebido como espaço público mesmo pertencendo a municipalidade.

Solução

O turismo ainda fazia parte do imaginário popular. A infraestrutura presente atendia de forma satisfatória as necessidades da retomada dessa atividade turística na cidade. A solução foi retomar o turismo como principal vocação, mas com um posicionamento único, baseado no atributo principal da cidade, a autenticidade.

Cidades que promovem o encontro entre as pessoas Uma nova forma de pensar a cidade, um novo olhar, com uma abordagem capaz de criar lugares que já nascem com a capacidade de promover a qualidade de vida, o vínculo emocional e consequentemente a felicidade, uma vez que a própria felicidade está relacionada com a qualidade dos encontros e da convivência. A qualidade de uma cidade pode ser medida pela qualidade de seus espaços públicos. Os espaços públicos, por sua vez, são medidos pela quantidade e qualidade do uso.

espaço público qualiFIcado = lugar vibrante

A proposta para a cidade inclui o pensamento dos espaços públicos como palco do encontro, baseado na análise do perfil dos moradores, e na vocação dos espaços públicos existentes e na própria vocação da cidade. Uma das diretrizes propostas é o pensamento de “Walkable City”, ou cidade caminhável, ou seja, criar e promover a experiência de se percorrer a cidade a pé. Caxambu, devido a sua proporção e geografia é mais do que elegível para essa abordagem. Quando se propõe uma cidade caminhável, é necessário propor circuitos peatonais promovidos por uma sinalização clara. A própria sinalização tem por objetivo além de orientar, promover os lugares e atrações e também de comunicar o “conceito central” da cidade, fortalecendo a experiência.

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